Abrindo os trabalhos em comemoração aos 40 anos do Festival de Teatro do Agreste (Feteag), serão promovidas ações que visam reaproximar o público e mantê-lo conectado, realizando dentro do eixo atividades reflexivas, o webinário ‘Diálogos entre arte e ecologia’. “O objetivo é de ampliar a discussão sobre o fazer artístico e ao mesmo tempo em sintonia com questões urgentes que se apresentam no momento presente, abre uma nova trincheira de resistência, diversa e múltipla, tendo como foco a questão ambiental’, disse Fábio Pascoal, diretor executivo do festival.
A aceleração do Antropoceno intensificou as mudanças climáticas e seus consequentes acontecimentos extremos, no planeta, como secas, queimadas, inundações e ondas de calor. Este estado catastrófico é a corporificação do pensamento-ação ocidental e colonial que fragmentou corpo, mente e ambiente e apreendeu o mundo através de uma relação de poder que coisifica, homogeneiza e explora corpos e territórios.
Ao separar corpo e ambiente, o conceito ocidental do humano cultivou relações de poder entre humanos e não-humanos, entre norte e sul global, gerando uma insustentável exploração da matéria. Este modelo de vida, almejado por muitos e alcançado por poucos, divide populações, territórios e países, através de um jogo político, em que poucos são os detentores do poder e muitos os que sofrem com as consequências do colapso ambiental.
Em meio ao caos, a crise ambiental é queda e finitude, mas também pode ser começo, indicando caminhos de transformação para uma nova compreensão de mundo. Nesta travessia, que precisa ser enfrentada com urgência, a obsessiva busca pela essência das coisas ou pela imutabilidade é dissolvida, desterritorializando saberes.
Guiados pela fissura e irreversibilidade do tempo, fazedores da arte e ecologia entrelaçam seus saberes e metodologias, aproximando estratégias, a fim de revelar conflitos socioambientais de territórios e propor relações de afeto entre corpo e ambiente. Nas artes, a necessidade de justiça climática e as trocas com os saberes ecológicos não se resumem às temáticas das criações, pois transformam os modos do artista perceber e se relacionar com o mundo, gerando transformações compositivas e poéticas assim como na linguagem artística.
Dia 09/09/21 às 20h
Mesa 1. O fim do mundo é aqui e agora!
Participantes
Elizabeth Doud (Flórida-USA)
Ziel Karapotó (São Sebastião-AL / Camaragibe-PE)
Dia 16/09/21 às 20h
Mesa 2. Entre rios e afetos
Participantes
Alexandre Henrique (Caruaru-PE)
Zé Bueno (São Paulo-SP)
Dia 23/09/21 às 20h
Mesa 3. Modos de refazer futuros
Kay Sara (Iauaretê-AM / São Paulo-SP)
Elton Bruno (Recife-PE)
Está ação conta com o apoio do Consulado Geral da França em Recife e Secretaria Especial da Cultura – Ministério do Turismo. No dia 09, serão distribuidos ingressos para apresentações que irão acontecer dentro da programação do https://www.ringling.org/events/series/ecoperformance-week. Terão direito, os participantes que estejam acompanhando o webinario.
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